Jogos.: Review do jogo Torchlight II
Além disso, relato a experiência de ter jogado por todo o primeiro ato e um bocado do segundo. Fiz o possível para não colocar spoilers (principalmente da história); se você considera a screenshot de um ítem unique como spoiler, então peço desculpas e recomendo que não continue com a leitura do review. Feitas as considerações iniciais, vamos ao que interessa: a nossa review de Torchlight II (TL II).
Música
Música
Logo ao abrir o jogo, já somos recebidos pela excelente música de Matt Uelmen. E por falar em música dele, a Runic Games disponibilizou gratuitamente todas as faixas, em mp3, com a trilha sonora do jogo (aqui). O tema de abertura do TL II já é bastante empolgante e faz você querer entrar logo e começar a caça aos monstr... digo, itens!
O jogo oferece 4 níveis de dificuldade, os quais ordenarei do mais fácil ao mais difícil: casual, normal, veterano e elite. O interessante é que a qualidade dos itens não está atrelada à dificuldade escolhida, assim os jogadores causais poderão escolher os níveis mais fáceis e ainda poderão encontrar os melhores itens oferecidos pelo jogo.
A interface do jogo é muito boa e relativamente “limpa”, apesar de oferecer uma boa quantidade de informações para que possamos tentar decidir sobre como construiremos nossos personagens. Por exemplo, passando-se o ponteiro do mouse em cima de algum atributo, uma descrição será dada indicando o efeito:
Cada classe nos oferece uma gama bem razoável de habilidades, que são desbloqueadas aos poucos, de acordo com o nível do personagem. A cada cinco pontos gastos em uma habilidade, algum bônus especial é adicionado como uma forma de incentivar o investimento contínuo nela. Isso leva a uma variedade bastante grande de construções e também uma vontade extrema de experimentar novos personagens!
Itens únicos (unique) e lendários aparecem como “não identificado” sempre que são encontrados, portanto mande pergaminho neles! Qualquer outro item que aparecer assim, significa que o nível do personagem é mais baixo que o do item e é preciso esperar o personagem alcançar o nível necessário para automaticamente identificá-lo, ou se não quiser esperar basta utilizar um pergaminho. O melhor de tudo é que, quando queremos identificar um item, a ação de identificação é instantânea, ou seja, nada de esperar um delay de cast!
Como maneira de permitir que qualquer classe possa usar qualquer tipo de arma/item, as restrições de uso são sempre no formato “nível X OU atributo Y e atributo Z” (como pode ser visto na figura abaixo).
Encontrei incontáveis itens raros, itens de conjuntos e uma quantia razoável de itens unique. Um deles demonstra bastante senso de humor:
Por falar em senso de humor, não deixe de utilizar o zoom em diferentes locais durante as suas jornadas, pois há coisas bastante curiosas!
Os mapas são relativamente grandes e explorá-los, em TL II, é bastante gratificante, tudo porque a velocidade da ação é bem balanceada. Além disso, os tesouros encontrados fazem você querer continuar jogando para saber o que mais há por vir! Para completar, a variedade de monstros é incrivelmente grande, isso sem contar o fato de que tem armadilha espalhada por todo lado!
Uma mecânica nova muito legal é o “charge-bar”. Basicamente, cada classe possui uma (charge-bar) e ela gera efeitos totalmente distintos quando a carga está completa. Por exemplo, a classe embermage ganha a capacidade de poder utilizar todas as suas magias sem custo de mana por alguns segundos; já classe berserker passa a ter velocidade de movimento e ataque extremamente aumentados. Para carregar a barra, basta estar em combate! O efeito dura alguns segundos e então a carga vai a zero outra vez.
Um fato recorrente em todos os jogos Action RPG que joguei até hoje é a perda do ponteiro do mouse em meio a tanta bagunça de bichos, efeitos visuais e tudo mais. E depois de toda a pancadaria você ainda precisa abrir o inventário para jogar fora os itens que foram coletados por acidente. Em TL II não é diferente e, na minha opinião, faz parte do estilo e se não houvesse isso serial sinal forte de que não há pancadaria suficiente!
Assim como em Torchlight I, os pets estão presentes só que em maior quantidade. Para quem não conhece ou é novo na série, saiba que podemos escolher um animal para nos acompanhar durante as aventuras e que também oferecem espaço extra para carregar os itens. E ainda tem mais, eles podem aprender magias e ajudar a combater os diversos monstros do jogo. Como no primeiro título, podemos enviar o animal até a cidade mais próxima para vender os itens que estiverem com ele. Uma novidade é que podemos requisitar que o animal volte da cidade com alguns itens de lá (shopping list) como, por exemplo, poções, pergaminhos etc.
Os mercantes são úteis e frequentemente é possível encontrar itens que atualizarão algum utilizado pelo personagem. Aliás, é comum encontrar itens raros e itens de conjuntos para serem comprados!
Uma boa notícia para quem gostava do sistema de pescaria do Torchlight I, o mini-game está de volta. Quem é novo no jogo não deve saber, mas é possível encontrar alguns pontos de pesca espalhados pelos mapas. Os peixes são dados aos pets, que dependendo do tipo de peixe que eles comam são transformados em algum bicho completamente diferente por um determinado tempo. A duração da transformação e o tipo de bicho que o pet é transformado vão depender do tipo e tamanho do peixe. A pescaria nos traz duas novidades em relação ao primeiro jogo, são elas:
1 – Agora há um limite de tentativas de pescaria para cada ponto de pesca encontrado.
2 – Existe um item novo especial para quem não quer pescar mas quer ter alguma chance de obter os benefícios: dinamite. É isso aí, você pode lançar esse explosivo e esgotar todas as tentativas oferecidas pelo ponto de pesca imediatamente. Porém, o número de recompensas retornadas é aleatório, sendo entre 1 e o máximo possível que você poderia obter no ponto específico.
Quando completamos uma missão, sempre queremos recompensas (novos itens), certo? Uma solução ao extremamente comum “que item ruim, não serve nem para vender” foi dada. No momento tão esperado, uma tela oferece três opções e então escolhemos uma delas. E muitas vezes você fica na dúvida sobre qual item escolher!
O sistema de mini-mapa poderia ser um pouco melhor. O fato é que as áreas de exploração são gigantes e possuir um mapa mais completo acaba sendo um ítem necessário, quase de primeira necessidade. Temos essa opção, mas não é simples acessar o mapa completo e voltar “ao normal”. Acontece que o mapa completo é, na verdade, um “modo” do mini-mapa e os modos completos ocupam bastante espaço em tela, algo que alguns jogadores podem não gostar muito. Muito provavelmente veremos, no futuro, algum MOD que corrija isso.
E aqui vem um detalhe muito interessante deste jogo: se você possui SLI e pelo menos dois monitores, poderá utilizar a tecnologia nVIDIA Surround que disponibiliza, dentro dos jogos, resoluções equivalentes à soma das resoluções de seus monitores. É isso aí, TL 2 oferece suporte nativo a essa tecnologia, permitindo que o jogo utilize mais de uma tela ao mesmo; problema do mini-mapa solucionado! ;-)
Multiplayer
Para jogar em multiplayer, temos opção de jogar via LAN ou pela Internet. Para a segunda opção é necessário haver uma conta na Runic Games, vinculada à uma licença do Torchlight II. O processo é meio lento mas acontece sem nenhum problema. O servidor funciona apenas como um lobby, intermédio entre os vários jogos criados. E eis que a experiência é excelente. Quem costuma jogar online possui um pesadelo: lag e isso é algo que literalmente não vi acontecer em Torchlight II. E em nenhum relato que li até agora houve alguma reclamação nesse sentido. Ou seja, multiplayer via internet é uma experiência sólida e muito boa!
Um outro detalhe muito interessante, você pode usar o mesmo personagem de single player para jogar via internet e depois voltar para seu jogo sozinho. A forma como o progresso na história do jogo é gerenciada nesse caso é perfeita: tudo fica vinculado ao personagem, assim, você não fará uma missão duas vezes (diálogos e recompensas), a não ser que sejam dos eventos aleatórios. E mais, se você entrar em um jogo de outra pessoa, o progresso dela não será alterado de forma alguma com o que for realizado por você.
Sons/efeitos
Quem me conhece, sabe que sou um tanto chato com qualidade de som. Em Torchlight II, a qualidade é bastante boa, sim, mas decepcionou-me o fato de não possuir som 5.1. OK, concordo que é raro encontrar configurações assim até mesmo em jogos AAA! E mesmo os que possuem, poucos funcionam corretamente.
Gráfico
Certo, muitos podem não gostar do estilo de gráfico do jogo, que lembra muito desenho animado. Aliás, as cinemáticas são, literalmente, desenhos animados! Particularmente gostei muito do estilo de gráfico do jogo. As animações são belíssimas e bastante fluídas. O jogo é bastante leve e, segundo informado pela Runic Games, é capaz de rodar inclusive em netbooks!
Veredito: (5/5)
Por mais que não haja som 5.1, o jogo é tão viciante e divertido que esse fator não é suficiente para reduzir a nota final do jogo: 5/5 com louvor! A diversão é mais que garantida e a possibilidade de instalar MODs, com suporte oficial da própria Runic Games, aumentará a vida do jogo.
Para completar, há uma quantidade relativamente grande de elementos que, deliberadamente, não constam no review, pois ele foi feito para que você ainda tenha várias surpresas!
E então, o que acharam do nosso review?
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